Para seja-lá-qual-direção
13:30 postado por Thiago Terenzi
Vai que a dor de agora é coisa pouca, passa – vai passar. Levanta e te seja feliz, que eu desejo mil coisas bonitas. Desejo um sol bem bonito num jardim lindo com uma grama verde e um lago límpido, desses que em cidade grande não tem. Desejo você no jardim deitada sob a árvore ouvindo músicas de liberdade. Desejo que seja primavera e o clima esteja bom. Desejo um clima sempre bom.
Vai que eu te quero só coisas boas. É que o nosso jardim morreu e nos perdemos em meio à morte. E não há como nos acharmos. Não nos somos nós dois. E não há nada mais autodestrutivo que tentar sem fé. E não há fé.
Vai e te torna feliz de novo. E um dia, quem sabe, a gente finge que é dezembro e finge ser reveillon e eu pergunto se queres vir aqui, que aqui tem cerveja e tem vinho também e que daqui dá pra ver os fogos bem de perto da janela e que eu até faço uma comida e alugo um filme desses de comédia romântica em que em meio a tantos desencontros, no fim, eles terminam juntos. E então você responde que não sabe, que combinou com amigos um reveillon num clube qualquer, mas que também nem quer tanto sair com eles. E eu insisto e você topa e a gente se vê pela primeira vez com uma sensação estranhíssima de que já nos conhecemos antes e que temos uma vida inteira em comum. Mas deve ser apenas impressão nossa, eu digo. Eu sempre tenho a impressão de já conhecer as pessoas.
E então, quem sabe, nesse outro reveillon, os planetas se alinhem em seja-lá-que-lugar e os astros apontem para seja-lá-qual-direção e a gente seja feliz.
7 de novembro de 2009 às 07:52
é comum ler um texto seu e ficar SEM PALAVRAS... as vezes insisto com as palavras (rs)
as vezes acho que você não é dessas ultimas gerações...
Vai e seja feliz SEMPRE.
PS: já falei que o blog está lindo?
8 de novembro de 2009 às 14:33
Veja se lhe cabe. http://sociedadenlouquecida.blogspot.com/2009/11/rosa-dos-ventos.html
14 de novembro de 2009 às 17:36
Thiago,
desejar a ida é algo indesejável por muitos, e eu já estive infiltrado no clube do muitos. desejei sem querer que o tempo levasse lembranças, recordações, que me levasse também; levou. passou. e como você bem teceu em escrita:
“Vai que a dor de agora é coisa pouca, passa – vai passar.”
passa, sim. às vezes deixa alguns vestígios de saudade, de melancolia, mas passa.
há uma frase de Clarice Lispector no romance A Paixão Segundo G.H. que resume bem isso – essa situação de mandar embora e prender ao mesmo tempo.
“Se eu tivesse coragem de abandonar a esperança.”
Um grande abraço, rapaz.
Bom final de semana.
Gostei do novo layout. Parabéns, e desculpe a minha ausência.
11 de dezembro de 2009 às 02:14
e agora me diz, qual é a direçao? (se voce souber...)