Comédia romântica
12:30 postado por Thiago Terenzi
E mesmo hesitante entre caminhos tortos tateando cego em busca de alguma calmaria que lhe fosse de direito, mesmo trêmulo e vacilante entre os prédios e os concretos de cidade-mais-ou-menos-grande de mendigos prostitutas drogas fáceis e alguma solidão, mesmo entre o frio de algum inverno de tempo-louco-de-cidade-mais-ou-menos-grande, mesmo apesar de sabe-se-lá-o-quê – ele disse: – escuta: vamos tentar. Não que seja fácil ou que consigamos – provavelmente nem conseguiremos, quem consegue? mas vamos tentar que a tentativa por si só liberta.
Escuta: vamos tentar porque eu não quero me render – eu não quero nos render. Quero lutar e remar e buscar qualquer utopia perdida em alguma esquina torta que ainda não conheço. É que a gente se salva é pelo caminho – a tentativa é que salva. O final é só o final: a legenda sobe, as luzes se ascendem e pronto. Acaba. O filme acontece é no erro. A gente acontece é no erro. É no imbróglio que se vale a pena.
E então a gente despe as máscaras e tenta. De olhos fechados como tem que ser. A gente finge ter quinze anos e não ter traumas barba vícios responsabilidades pés atrás bons modos e toda essa merda que limita. A gente esquece os outros dez amores, trinta desilusões, cinqüenta trepadas inúteis entre um álcool e outro – e então a gente tenta. Acredita em fada duende papai noel deus comunismo e amor eterno outra vez.
Escuta: vamos tentar que eu te quero bem. Gosto do seu jeito perdido porque eu também estou perdido e já que não se pode encontrar o caminho – que então nos encontremos. E então a gente rema, juntos, e erra e acerta e chora e se diverte e se precisa e se descobre como fazem as crianças apaixonadas aos quinze anos.
Escuta: vamos tentar porque eu não quero me render – eu não quero nos render. Quero lutar e remar e buscar qualquer utopia perdida em alguma esquina torta que ainda não conheço. É que a gente se salva é pelo caminho – a tentativa é que salva. O final é só o final: a legenda sobe, as luzes se ascendem e pronto. Acaba. O filme acontece é no erro. A gente acontece é no erro. É no imbróglio que se vale a pena.
E então a gente despe as máscaras e tenta. De olhos fechados como tem que ser. A gente finge ter quinze anos e não ter traumas barba vícios responsabilidades pés atrás bons modos e toda essa merda que limita. A gente esquece os outros dez amores, trinta desilusões, cinqüenta trepadas inúteis entre um álcool e outro – e então a gente tenta. Acredita em fada duende papai noel deus comunismo e amor eterno outra vez.
Escuta: vamos tentar que eu te quero bem. Gosto do seu jeito perdido porque eu também estou perdido e já que não se pode encontrar o caminho – que então nos encontremos. E então a gente rema, juntos, e erra e acerta e chora e se diverte e se precisa e se descobre como fazem as crianças apaixonadas aos quinze anos.
31 de agosto de 2010 às 20:20
A gente tenta porque sempre irá acontecer o mesmo: vida.